A hesitação de D. João em cumprir as determinações de Napoleão fez com que se visse com o Exército francês praticamente às suas costas. Sem saída, embarcou para o Brasil com toda a família real e a Corte, cerca de 10 mil pessoas da aristocracia, além de trazer todo o Tesouro português. Este embarque, realizado às pressas, como uma fuga, apenas um dia antes de as tropas napoleônicas ocuparem Lisboa, tirou a grandeza da idéia da transferência da Corte.
Alguns historiadores, como Oliveira Lima, consideram que a vinda da Corte para as terras americanas foi uma inteligente e feliz manobra política. Para ele, agindo assim, D. João "escapava, de todas as humilhações sofridas por seus parentes castelhanos e mantinha-se na plenitude dos seus direitos, pretensões e esperanças. Era como que uma ameaça viva e constante à manutenção da integridade do sistema napoleônico. (...)." Entretanto, há aqueles que a vêem como uma deserção covarde, não percebendo nela qualquer resquício de estratégia política.
BIBLIOGRAFIA
Enciclopédia de História Globo Multimídia
http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u378947.shtml
09/08/2008
OLIVEIRA LIMA, Manuel de - D. João VI no Brasil, 2a ed, Rio de Janeiro, José Olympio, 1945.
SEPÚLVEDA, Cristóvão A. M. - História Orgânica e Política do Exército Português - Provas, volume XVII, Invasão de Junot em Portugal, Coimbra, Imprensa da Universidade, 1932.
SARDINHA, António - Ao Ritmo da Ampulheta, 2ª edição, Lisboa, Biblioteca do Pensamento Político, 1978, pp. 246-256.
WILCKEN, Patrick - Império à Deriva. A corte Portuguesa no Rio de Janeiro 1808-1821. Trad. de Vera Ribeiro. Rio de Janeiro: Objetiva. 2005.
Postado por Nycollas (número 40515) em 12/08/2008
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